Por Antonio Dirceu de Miranda*

Os novos capítulos da transformação por que passa o segmento de serviços financeiros no brasil, prometem ser tão eletrizantes como as melhores séries da Netflix!

Tivemos uma primeira onda, onde as Fintechs prometiam revolucionar o modelo de relacionamento com clientes e que em pouco tempo os bancos tradicionais e suas enormes redes de agência seriam coisa do passado.

Os bancos tradicionais, por sua vez, tentando reconstruir suas jornadas com clientes, mas tendo como principal desafio, a mudança de cultura que deveria provocar em seu pessoal, que por décadas foram treinados para vender produtos.

E no meio desta verdadeira guerra de modelos de negócios, temos os reguladores, inspirados pelo Banco Central Europeu, buscando protagonismo através de um novo modelo de atuação, criando espaço para ações como do PIX , no caso brasileiro.

Ainda sobre os reguladores, estão ajudando a impulsionar esta onda de transformações e inovações, criando o pano de fundo para o Open Banking e Pagamentos Instantâneos, como o caso do PIX, já citado, no mercado brasileiro.

Mas fazendo um pequeno resumo dos últimos 5 anos do mercado brasileiro, temos:

  1. As Fintechs de Crédito não avançaram. São responsáveis por menos de 0,5% do total de crédito concedido no país.
  2. As Corretoras digitais fizeram e continuarão a fazer muito sucesso com plataformas como XP e BTG Pactual. Muitas outras virão.
  3. Imaginávamos que o modelo Nubank pudesse ser replicado, mas não foi o que aconteceu, apesar do grande espaço para melhorias que se observa no segmento de cartões de crédito.
  4. No curto prazo, a verdadeira revolução deverá acontecer com o PIX e o meios de pagamentos instantâneos, mas, mais uma vez, os grandes bancos estão avançando, lançamento produtos inovadores (Santander e Itaú) e prometendo baixar as tarifas.
  5. No médio prazo a aposta está no open banking, abrindo espaço para bancos pequenos e médios firmarem parcerias com Fintechs e abrirem espaço para escalar suas operações.

Mas em nossa opinião quem, neste momento,  está roubando a cena é o Bradesco, que com seu estilo “comendo pelas beiradas”, está fazendo uma espécie de spin-off de algumas áreas e segmentos, criando novas marcas e modelos digitais de negócios, como foi o caso do Banco Next e agora o Bitz,  verdadeiras BanTechs, ou seja, uma boa mistura de Bancos Tradicionais e Fintechs.

Sugiro aos interessados pesquisarem as últimas notícias nos meios de comunicação especializados sobre estes dois projetos digitais do Bradesco.

Este é o Bradesco que conheci há quase 45 anos quando abri minha primeira conta corrente, cujo fundador Amador Aguiar, é em minha opinião o precursor do moderno varejo bancário brasileiro.

Parabéns Bradesco, resgatando seu DNA inovador e criando as primeiras BanTechs brasileiras, uma boa mistura de Bancos com Fintehcs.

Antonio Dirceu de Miranda, CEO e fundador da BankRisk – Banking Intelligence.